segunda-feira, outubro 23, 2006

Uma pequena lembrança de infância

Chico Buarque "Valsinha"



Desta vez venho recordar um pouco da minha infância.
Esta era uma das músicas que a minha mãe me cantava, ás vezes para adormecer, outra vez, ou melhor, a maior parte das vezes porque eu implorava para ela cantar.
A minha mãe costumava cantar-me imensas canções brasileiras, desde Elis Regina, Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Bossa Nova, entre outros, e portuguesas também, mas as que eu mais me recordo são as brasileiras, sorry...
Lembrei-me agora mesmo que ela cantava canções do livro "Isto ou Aquilo", eram lindas, aliás aproveito a lembrança para dizer que se algum de vós tiver este livro, POR FAVOR, diga-me pois eu não faço a mínima ideia onde é que o meu anda.
Continuando, quando ela me cantava esta música eu pedia-lhe que ela a repeti-se mil vezes para que eu decora-se a letra (era tão chatinha...) e ainda hoje o peço, não por não saber a letra, mas sim porque ADORO ouvir a minha mãe cantar esta música.
Resumindo, ela estáva sempre a cantar, e acreditem que tinha e tem uma voz angelical.
Mas esta música, a "Valsinha" de Chico Buarque, foi uma das que mais me marcou. Porquê? Não sei. Sei apenas dizer que a única pessoa que tinha ouvido cantar esta música tinha sido a minha mãe, e passados uns bons anos, a pesquisar no Youtube descobri a versão original da música, e o mais engrançado é que só me lembrei de pesquisar esta música aqui no Brasil, sim, porque neste momento encontro-me no Brasil.
Ao ouvi-la...fiquei estática, com lágrimas nos olhos, não por tristeza, mas sim por reviver, de repente, momentos bem felizes da minha infância, que por sinal, e isto tenho a agradecer á minha mãe e a toda a minha família, foi uma infância maravilhosa, que me fez ser o que sou hoje, e o que ainda vou ser.
Bem, deixo-vos agora com a minha música de infância...espero que gostem.

"Valsinha"
Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhoa de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumáva olhar
E não mal disse a vida
Tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só no canto
P'ra seu grande espanto convidou-a p'ra rodar
Então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria usar
No seu vestido decotado
Cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços
Como há muito tempo não se usáva dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhaça toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos rocos
Como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanhaceu em Paz.


Frase do dia: "Tudo o que é bom dura pouco...ERRADO!!!, ERRADO!!!... Tudo o que é bom...dura o tempo suficiente para ser inesquecível" (Dsconhecido)

Namasté

2 comentários:

Cravo a Canela disse...

Espero que compreendas que és uma privilegiada. Ter uma mãe com voz angelical, paciência e bom gosto é obra!!!
Ando há uns tempos para me dedicar a aprender a tocar esta música, linda de cortar a respiração. Pode ser que quando voltares à base, te decidas a ir ver-me tocar, e tenhas uma surpresa...
Beijo lusitano

Cravo a Canela disse...

Snif...snif....não há mulatas!!!! És uma tretas...